Dia de Comilança
- Simone D. Marchesini
- 28 de nov. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 4 de mar. de 2020
Dia de muita oferta alimentar costuma gerar ansiedade em quem já fez muitas dietas na vida. Isso porque resistir aos alimentos e olhar as outras pessoas comendo suscita sentimentos de exclusão, privação, abandono e não pertencimento ao grupo. Gostamos de fazer parte dos grupos sociais e de estarmos entre os pares em situações de confraternização.
A grande diferença entre o comer meditativo, comer pleno, comer com consciência e as dietas em geral é justamente arrancar a pessoa do estado de privação e exclusão. Tudo é permitido, tudo é possível e a escolha é feita de dentro para fora sem impulsividade.
Proiba uma criança de comer doces e a primeira coisa que ela fará, escondido dos pais, é se empanturrar de doces. Primeiramente porque não sabe quando surgirá outra chance para repetir a experiência de prazer e liberdade, segundo porque o proibido torna-se recorrente no pensamento.
Todos mantemos esta criança viva internamente. São nossos instintos e impulsos representados por animais, crianças e jovens destemperados e heróicos em contos e histórias. Eles não precisam ser dominados, mas compreendidos e orientados.
No caso do impulso alimentar , temos que alimentar a criança e nunca deixá-la mais faminta. Certo?
Vamos deixá-la comer o doce, o salgado, o amargo, o azedo , o picante e todos os outros sabores. A cada refeição ela merece explorar os sabores da vida. Vamos orienta-lá a saber de onde vêm os prazeres de casa sabor. Para isso é preciso seguir alguns passos:
1- Explorar sabores requer atenção, concentração, tempo, curiosidade;
2- Reconhecer o cheiro, o sabor, a natureza dos sons ao morder, a textura
no toque das mãos e da língua, o aspecto visual;
3- É também importante saber a história desse alimento e que trajeto ele trilhou para estar disponível para ser servido. Ter por ele gratidão e também por todos que trabalharam para isso.
4- Comer lentamente com respeito ao alimento e ao processo de digestão, que tem seu tempo e ritmo é indispensável;
5- Comer com limite, por respeito ao espaço que existe dentro de si. O estômago também tamanho e a digestão um tempo;
6- Comer com calma, pois a calma permite que tudo se processe com mais amor. Isso possibilita a percepção da saciedade. Tão bom estar saciado e satisfeito!

Depois de tudo isso, sabemos que regime e
dieta são restrições necessárias para quem não consegue ter calma e amor. Isso pode acontecer e merece respeito.
Restrições são necessárias apenas para quem não consegue pensar em si.
Então vamos desenvolver um olhar próprio como seres dignos de saúde e vida 🙏🏻
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